06 de julho de 2017

Texto de Dagmar Spautz

Com seus diminutos 46 quilômetros quadrados, Balneário Camboriú tem duas construtoras entre as cem maiores do país em volume de metros quadrados ativos em 2016. O ranking, feito pela Inteligência Empresarial da Construção (ITC), traz na lista a Embraed, em 66º lugar, e a FG em 14º — a construtora é a mais bem colocada entre as especializadas em imóveis residenciais no Sul do país.

A vocação de construir arranha-céus pode ser a responsável pelo grande volume de construção da FG, considerada a maior da região Sul. A empresa tem cinco projetos entre os 10 mais altos do Brasil, de acordo com outro levantamento, o internacional The Skyscrapper Center. Nos últimos anos a construtora lançou uma nova linha de imóveis e estendeu seu campo de ação para a vizinha Praia Brava, em Itajaí, por meio do grupo Brava Beach.

Não é a primeira vez que FG e Embraed aparecem no ranking. Ambas têm figurado na lista nos últimos anos, assim como a paranaense Irtha, que também constrói em Balneário Camboriú.

O secretário municipal de Planejamento, Edson Kratz, diz que a construção civil na cidade tem status de indústria, com profissionalização e alto investimento em tecnologia. Há prédios que chegam a movimentar R$ 1 bilhão, considerando-se o Valor Geral de Vendas (VGV) — um bom negócio para a cidade, que lucra com os impostos e a geração de empregos.

Apesar do grande volume de construções, no entanto, a quantidade de aprovações não tem aumentado: foram 300 mil metros quadrados, e este ano deve terminar no mesmo patamar.

A maioria das construtoras apostou na valorização do mercado imobiliário em Balneário Camboriú e tem estoque de terrenos e de projetos aprovados, o que deve manter o ritmo em alta pelos próximos anos – apesar da retração econômica que também atinge a construção civil.

Espaço para crescer

A concentração de grandes edifícios em Balneário Camboriú está no Centro. Mas o plano diretor permite a expansão dos prédios para alguns eixos em direção aos bairros. A prefeitura espera aprovar as obras em operações urbanas consorciadas, como a negociação de aumento de potencial construtivo em troca de desapropriações, por exemplo.

Essas novas operações, no entanto, não devem iniciar tão cedo. A prefeitura ainda tem que arrecadar R$ 60 milhões para finalizar as obras de extensão da Quarta Avenida e da Martin Luther. Este ano só foram vendidos 480 metros quadrados em operações de Transferência de Potencial Construtivo (TPC), num claro sinal de que a retração econômica tem segurado novos investimentos.


Fonte: Jornal de Santa Catarina e Ranking ITC